Encontro com o observatório orbital se deu nesta quarta-feira (13).

Do G1, em São Paulo


Astronautas farão reparos e atualizações nos próximos dias.
Um dos momentos críticos para a atualização do Telescópio Espacial Hubble aconteceu por volta das 14h (de Brasília) desta quarta-feira (13). O braço robótico do ônibus espacial Atlantis, operado manualmente pelos astronautas, conseguiu "agarrar" o Hubble e encaminhá-lo para a área de carga da espaçonave.

A partir de lá, ao longo dos próximos dias, a equipe composta por outros seis astronautas e liderada pelo americano Scott Altman fará uma série de caminhadas espaciais para executar reparos e atualizações nos sistemas do observatório orbital. Esta será a quarta e última missão de reparos ao venerável satélite da Nasa.

Esta é a primeira missão de um ônibus espacial não conectada com o projeto da Estação Espacial Internacional (ISS) desde o desastre do Columbia, em 2003.

O Telescópio Espacial Hubble é o instrumento científico mais popular de todos os tempos no campo da astronomia. Disso não resta a menor dúvida. E, agora que ele está para receber uma visita de reparos, virou o centro das atenções.

Pode parecer pouco, mas cada missão de manutenção como essa (e já foram quatro) é um marco importante. A rigor, todo instrumento lançado ao espaço fica lançado à sua própria sorte. Se um equipamento falhar, ou mesmo pifar, pode esquecer. Não tem assistência técnica para esses casos, mesmo que o instrumento esteja na garantia. O máximo que dá para fazer é uma atualização de “software” que consiga dar um jeitinho na operação do instrumento. Mas se quebrar mesmo…

O Hubble vai receber sua quinta e última missão de reparos, a qual, se tudo correr bem com o clima da Flórida, deve começar nesta segunda, dia 11. Entre outras coisas, o Hubble deve sofrer uma troca de baterias (a primeira em 19 anos!) e terá um novo instrumento instalado. Ele é chamado de Espectrógrafo das Origens Cósmicas (COS, em inglês) e custou à Universidade do Colorado uns 70 milhões de dólares. Esse instrumento já deveria estar à bordo do Hubble desde 2004, mas sucessivos atrasos, por causa do acidente que destruiu o ônibus espacial Columbia, impediram que ele fosse instalado antes. Aliás, esse acidente quase cancelou esta última missão de manutenção.

O objetivo do espectrógrafo é estudar a luz ultravioleta emitida por quasares muito distantes. A idéia é obter informações sobre a composição química do Universo quando ele era muito jovem e sobre como essa química evoluiu ao longo dos tempos. Esse será o instrumento instalado no Hubble mais sensível a operar no ultravioleta e com ele será possível também estudar a luz das primeiras estrelas formadas no Universo.

Falando nisso, quando o Hubble foi concebido, um de seus objetivos centrais era determinar o valor da taxa de expansão do Cosmos. Quando Einstein descreveu matematicamente o Universo, a ideia de um Universo em expansão apareceu naturalmente. Mas, sem evidências observacionais, ele inseriu uma constante que mantinha o Universo estático. Em outras palavras, era como uma força interna que segurava o universo e o impedia de se expandir. Mas, em 1923, Edwin Hubble descobriu que as galáxias estavam na verdade se afastando umas das outras, e a partir de então os astrônomos passaram a correr atrás do valor dessa taxa de expansão. Sabendo-se o valor da taxa, dá para deduzir a idade do Universo.

Determinar a taxa, chamada de constante de Hubble, é um dos “projetos-chave” que justificaram a construção, lançamento e manutenção do telescópio espacial. Na época de seu lançamento na década de 1990, o valor da constante tinha uma incerteza de 100%: os valores aceitos eram 75 ou 150 km/s a cada megaparsec (uma unidade de distância apropriada para o estudo do Universo).

Nesta semana saiu o novo valor dessa constante: 74,8 km/s por megaparsec, mas com uma incerteza muito menor, de pouco mais que 5%. Esse estudo foi efetuado com o uso de duas câmeras, a que opera no infravermelho (NICMOS) e no visível (ACS). Com esse valor é possível se estimar a idade do Universo simplesmente calculando o inverso da constante, e isso dá 13,1 bilhões de anos. O valor, obtido através do estudo de estrelas Cefeidas em galáxias distantes, é apenas 5% menor que o valor obtido através do estudo da radiação cósmica de fundo pelo satélite WMAP.

Mais do que obter uma idade do Universo cada vez mais precisa, o valor da constante de Hubble fornece pistas sobre a misteriosa energia escura que domina o Cosmos. É ela que faz com que o Universo hoje esteja em expansão acelerada.
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Comentário: "O fato de se chegar a uma constante de expansão, em si mesmo não dá mais que material para aguçar nossa finita mente. Dizer que tudo começou há 13,1 bilhões de anos já está mais pro ramo filosófico do que científico, pois quem garante que tudo se iniciou de um ponto no nada? Aliás, o que é o nada? Enfim, conseguimos apenas o fascínio do que podemos observar... De qualquer forma o Hubble merece reparos, com suas imágens únicas me faz sentir a genialidade e grandeza do meu Deus..." [RAB]

Redação do Site Inovação Tecnológica
08/05/2009


Os modelos cosmológicos atualmente aceitos, dependentes da teoria da gravitação de Newton, estabelecem que uma galáxia como a nossa Via Láctea deveria ter centenas de "galáxias satélites", galáxias muito pequenas, com alguns poucos milhares de estrelas, orbitando ao seu redor.

Mas um grupo de cientistas, coordenado pelo professor Pavel Kroupa, da Universidade de Bonn, na Alemanha, afirma que não apenas não há o número esperado de galáxias satélite orbitando a Via Láctea, como também as pouco mais de 30 que foram encontradas até agora não estão onde a teoria afirma que elas deveriam estar.

Galáxias fora do lugar

Segundo os pesquisadores, os dados podem ser uma indicação de que está na hora de se elaborar uma nova teoria da gravitação, mais abrangente do que a teoria de Newton.

"Há algo estranho na sua distribuição," diz o professor Kroupa. "Elas deveriam estar dispostas de maneira uniforme ao redor da Via Láctea, mas não é isto o que nossas observações mostram."

O grupo de astrônomos e astrofísicos descobriu que as sete galáxias anãs mais brilhantes estão mais ou menos no mesmo plano, numa formação semelhante a um disco, e que elas giram todas na mesma direção ao redor da Via Láctea, da mesma forma que os planetas do Sistema Solar giram ao redor do Sol.

Paradoxo galáctico

Os cientistas acreditam que isto somente pode ser explicado se elas tiverem sido formadas por colisões entre jovens galáxias. Os fragmentos dessas colisões poderiam explicar a existência e o comportamento dessas galáxias satélites.

Mas isso coloca um paradoxo. "Os cálculos sugerem que as galáxias satélites anãs não poderiam conter nada de matéria escura se elas tiverem sido criadas desta forma," conta o professor Manuel Metz, outro membro do grupo.

"Mas isto contradiz diretamente outra evidência. A menos que a matéria escura esteja presente, as estrelas dessas galáxias estão se movendo muito mais rapidamente do que é previsto pela teoria padrão da gravitação de Newton," diz Metz.

Rejeitando a teoria de Newton

"A única solução é rejeitar a teoria de Newton. Se nós vivermos em um Universo onde se aplica uma lei da gravitação modificada, então nossas observações poderão ser explicadas sem a matéria escura," conclui ele.

Embora a rejeição da teoria da gravitação de Newton possa parecer algo surpreendente, um grande número de pesquisadores tem manifestado um entendimento de que alguns dos princípios fundamentais da física vêm sendo compreendidos incorretamente.

Ademais, se essas ideias estiverem corretas, não será a primeira vez que a teoria da gravitação de Newton será modificada. Isso aconteceu no século passado, quando Einstein introduziu as Teorias da Relatividade Geral e Especial e novamente quando a mecânica quântica foi desenvolvida para explicar a física na escala atômica e subatômica.

As anomalias agora detectadas na observação das galáxias satélites dão suporte ao uso de uma "dinâmica newtoniana modificada" onde predominam acelerações fracas.

O desafio dos físicos

Ainda é cedo para afirmar se o grupo está correto em sua interpretação e, sobretudo, para se vislumbrar o que seria esse novo modelo explicativo. O que se pode prever é que esse novo modelo alterará profundamente a forma como compreendemos nosso Universo.

E os físicos sabem que terão que enfrentar, mais cedo ou mais tarde, a tarefa de desenvolver teorias que expliquem o funcionamento da natureza nas gigantescas escalas do Universo.

Da mesma forma que a matéria apresenta propriedades radicalmente diferentes em escalas de bilionésimos de metro, no chamado mundo quântico, não se espera que as explicações sobre as galáxias, buracos negros, matéria e energia escuras, e as interações de todos esses elementos, e de todos os que ainda estão por serem descobertos, sejam explicados com base nos mesmos princípios que regem a matéria ordinária de um planeta, por mais especial que esse planeta possa ser.

Bibliografia:
Did the Milky Way Dwarf Satellites Enter The Halo as a Group?
Manuel Metz, Pavel Kroupa, Christian Theis, Gerhard Hensler, Helmut Jerjen
2009 May 20
Vol.: 697 No 1 269-274
DOI: 10.1088/0004-637X/697/1/269

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